PROFESSORA: MARIA DE FÁTIMA BELMIRO DO CARMO
GÊNERO – CRÔNICA
OBJETIVOS
PROFESSOR – Oferecer o texto crônica para os alunos visando que os mesmo entre em contato com textos de sua vivência, passar aos alunos como identificar os elementos estruturais e literários de uma crônica E estudo de conteúdos de gramática a partir desses gêneros textuais.
ALUNOS – Desenvolver ao máximo suas habilidades de leitura e interpretação de texto. Apreciar a leitura e utilizá-la como fonte de busca de conhecimentos conceituais, procedimentais e atitudinais. Treinar a atenção, percepção e concentração, necessários para a realização dos trabalhos.
ATIVIDADE
1- Leitura da crônica pelo professor, com entonação adequada a fim de despertar interesse pelo texto;
2-Explicar sobre o gênero textual crônica: características, origem, principais escritores;
3-Diferenciar crônica argumentativa (a crônica que apresenta a visão pessoal do escritor sobre um fato, provavelmente no noticiário jornalístico) da crônica de observação de um fato do cotidiano. Classificar o texto.
4-Levantamento dos tipos de crônicas existentes: humor, jornalística, esportiva, política... Escritores que os alunos conhecem.
5-Falar a respeito do cronista: biografia, principais temas explorados pelo escritor. Dica de
6-Relacionar o período em que o escritor viveu com a linguagem usada.
7- Observação da linguagem usada na crônica: informalidade, expressões em desuso ( doirar, matéria plástica), justificar a linguagem usada no 5º parágrafo do texto.
8-Foco narrativo: 1ª ou 3ª pessoa. A importância do tipo de narrador para justificar se é crônica argumentativa ou crônica de observação de fatos.
9- Observar a cronologia interna do texto: “e depois viemos a saber que o menino era seu vizinho de apartamento” no 7º parágrafo.
10- Uso do discurso direto e indireto.
11- Como sugestão de produção textual, dar continuidade ao texto.
Crônica: À beira-mar
Stanislaw Ponte Preta
Por que será que tem gente que vive se metendo com o que os outros estão fazendo? Pode haver coisa mais ingênua do que um menininho brincando com areia, na beira da praia? Não pode, né? Pois estávamos nós deitados a doirar a pele para endoidar mulher, sob o sol de Copacabana, em decúbito ventral (não o sol, mas nós) a ler “Maravilhas da Biologia”, do coleguinha cientista Benedict Knox Ston, quando um camarada se meteu com uma criança, que brincava com a areia.
Interrompemos a leitura para ouvir a conversa. O menininho já estava com um balde desses de matéria plástica cheio de areia, quando o sujeito intrometido chegou e perguntou o que é que o menininho ia fazer com aquela areia.
O menininho fungou, o que é muito natural, pois todo menininho que vai na praia funga, e explicou pro cara que ia jogar a areia num casal que estava numa barraca lá adiante. E apontou para a barraca.
Nós olhamos, assim como olhou o cara que perguntava ao menininho. Lá, na barraca distante, a gente só conseguia ver pares de pernas ao sol. O resto estava escondido pela sombra, por trás da barraca. Eram dois pares, dizíamos, um de pernas femininas, o que se notava pela graça da linha, e outro masculino, o que se notava pela abundante vegetação capilar, se nos permitem o termo.
― Eu vou jogar a areia naquele casal por causa de que eles estão se abraçando e se beijando-se muito – explicou o menininho, dando outra fungada.
O intrometido sorriu complacente e veio com lição de moral.
― Não faça isso, meu filho – disse ele (e depois viemos a saber que o menino era seu vizinho de apartamento). Passou a mão pela cabeça do garotinho e prosseguiu: ― Deixe o casal em paz. Você ainda é pequeno e não entende dessas coisas, mas é muito feio ir jogar areia em cima dos outros.
O menininho olhou pro cara muito espantado e ainda insistiu:
― Deixa eu jogar neles.
O camarada fez menção de lhe tirar o balde da mão e foi mais incisivo:
―Não senhor. Deixe o casal namorar em paz. Não vai jogar areia não.
O menininho então deixou que ele esvaziasse o balde e disse: ―Tá certo. Eu só ia jogar areia neles por causa do senhor.
― Por minha causa? Estranhou o chato. ― Mas que casal é aquele?
― O homem eu não sei – respondeu o menininho. ― Mas a mulher é a sua.
AQUI TEM MAIS
Sabor da Crônica
Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)
Fonte da imagem: http://eltonvaletavares.blogspot.com.br/2012/09/uma-cronica-por-dia.html
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